Uma das dádivas boas de Deus para a humanidade é a nossa consciência. Ela é a parte da nossa personalidade. Como ser humano, não podemos escapar da nossa consciência.
As Sagradas Escrituras distingue de forma clara entre o nosso coração e a nossa consciência. Com isso passamos a reconhecer no mais profundo e íntimo do nosso ser a moralidade e a correção de nossas certas atitudes e escolhas. "Eles mostram, pela sua maneira de agir, que têm a Lei escrita em seus corações. A própria consciência deles prova que isso é verdade, pois os seus pensamentos às vezes os acusam e às vezes os defendem" (Rm. 2:15).
Veja a mesma distinção em Tito 1:15: "Pois a mente e a consciência deles estão sujas". A consciência tem seu funcionamento de acordo com nossos próprios valores pessoais. Ela julga nossos pensamentos, atitudes, palavras e atos.
A nossa consciência utiliza os nossos sentimentos para se comunicar conosco. Em ações suspeitas ou erradas que cometemos, a nossa consciência reprova imediatamente. A consciência pode reconhecer a diferença entre o certo e o errado. Ela também nos impulsiona a fazer o que é certo e evitar o que é errado. A consciência pode também nos julgar.
A nossa consciência é, portanto, um testemunho do Senhor Deus para todos nós.
O Santo Espírito de Deus confirma e afirma a sua consciência: "Digo a verdade em Cristo...testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência" (Rm. 9:1).
Se não tivéssemos esta boa dádiva do Criador, nós não seríamos responsáveis por nossos pecados.
A palavra grega para consciência é suneidesis, significando literalmente "saber com", ou seja, um conhecimento de maneira conjunta sobre todas as ações.
O Grande Criador do Universo, Deus, nos deu a consciência como um recurso especial para tomarmos nossas decisões.
A expansão plena em que a nossa consciência se torna nossa guia segura, depende exclusivamente daquilo com o que ela concorda, do seu "conhecimento".
A nossa consciência é treinada desde a infância, pois ela aceita muitos valores ensinados pelos adultos responsáveis, pelo ambiente familiar, na escola e entre os amigos. Neste período da infância a consciência pode desenvolver-se de forma sábia ou insensata, negligente ou cuidadosa.
A consciência nasce como parte da nossa natureza íntima, mas sua formação e treinamento podem durar uma vida inteira. A consciência torna as escolhas morais possíveis, mas nos ajuda a refletir nossos valores, sejam errados ou certos.
Ela nos direciona a fazer o que acredita ser certo, mas não fabrica padrões retos por nossa própria conta.
Neste caso quando temos a consciência integrada à vontade soberana do Eterno e cheia do Seu Santo Espírito, teremos um guia fiel até o ponto em que estejamos inteirado com a Palavra de Deus e com a mente de Cristo alcançando discernimento espiritual de maneira amadurecida.
A nossa consciência, podemos comparar a um computador de última geração. O computador faz cálculos com base em informações recebidas. Se os dados forem incorretos, suas respostas certamente também serão incorretas. Da mesma maneira, se nossa consciência receber opiniões humanas incorretas, interpretações erradas ou ensinamentos inadequados, ela poderá nos enganar.
Nossa consciência pode condenar quando não deveria e ficar silenciosa quando não deveria ficar.
Se desconsiderarmos repetidamente a voz da nossa consciência em algum assunto, essa voz vai torna-se cada vez mais fraca até que não perceberemos o que ela está falando. De outra maneira em descrever isto é poder afirmar que a consciência pode se tornar tão endurecida e acostumada pelas falhas repetidas que acaba ficando insensível.
Apóstolo Paulo diz que uma consciência pode ser cauterizada como se tivesse sido queimada com ferro em brasa (1 Tm. 4:2).
A nossa consciência pode ser fraca, descuidada, boa, limpa, culpada, corrupta e cauterizada.
Mas, graças ao bom e eterno Criador, a consciência corrupta, fraca, descuidada, culpada e cauterizada pode ser purificada ao receber perdão de pecados mediante a expiação de Seu Filho Jesus, O Cristo.
Devemos agradecer a Deus pela nossa consciência. Dependemos dela a maior parte do tempo em nossa vida e quase não percebemos isto.
Nunca e de forma nenhuma devemos sacrificar nossa consciência por qualquer pessoa ou coisa deste mundo.
* Reverendo Francisco Braga é Teológo Reformado, Capelão e Embaixador da Paz no Brasil